Marthinus Van
Schalkwyk, ministro da África do Sul
(Foto:
Divulgação/Ministério do Turismo da África do Sul)
|
Ex-membro
do Comitê Organizador Local para a Copa do Mundo na África do Sul, o ministro
do Turismo do país, Marthinus Van Schalkwyk, falou nesta terça-feira (19), em
São Paulo, sobre sua experiência na organização do megaevento, e alertou para o
efeito negativo de um aumento excessivo dos preços dos serviços oferecidos aos
visitantes.
Van
Schalkwyk, que afirmou ter enfrentado em 2010 o “ceticismo e a falta de
confiança de que as metas prometidas seriam cumpridas”, disse que a Copa foi
uma peça importante para estabelecer a África do Sul como destino turístico
competitivo.
O
político sul-africano participou, ao lado do ministro do Turismo do Brasil,
Gastão Vieira, da abertura de um evento para empresas do setor, o Fórum
Panrotas Tendências de Turismo.
Em
seu discurso, ele falou sobre as críticas que enfrentou, o legado do evento
para seu país e o perigo da alta abusiva de preços de produtos e serviços.
6
dicas
Van
Schalkwyk resumiu seu aprendizado em seis lições que poderiam ajudar os
brasileiros na organização da Copa do Mundo de 2014.
O
primeiro conselho que Van Schalkwyk deu foi “não dar ouvidos aos céticos”.
“Esqueça aquelas pessoas que não acreditam no seu evento”, disse. “Fique de
olho no jogo e não deixe que outras pessoas tirem sua atenção, mudem seu foco”,
completou.
O
segundo conselho é adotar metas de longo prazo, vendo o evento como um meio de
fortalecer o turismo no futuro.
A terceira
dica tocou num ponto sensível para
o Brasil: o aumento dos preços cobrados dos turistas. Sua
recomendação é ter cuidado. “As pessoas que vêm para a Copa querem pagar os
valores corretos e usuais de bens e serviços. Do contrário, elas vão perceber
que estão sendo lesadas e nunca mais voltarão”, afirmou.
Para
Van Schalkwyk, o setor privado deve tomar cuidado para não privilegiar apenas
serviços e produtos destinados às classes mais altas, especialmente se isso
levar a um desbalanço entre oferta e procura quando o evento acabar.
Em
quarto lugar, ele recomenda administrar a imagem do país com mais cuidado.
“Durante quatro semanas ou mais, cada ação ocorrida em seu país será vigiada e
repercutida em seus mínimos detalhes. Use isso ao seu favor”, disse, defendendo
a utilização das redes sociais e da televisão para “vender para o resto do
mundo aquilo que você tem de melhor”.
O
quinto ponto levantado pelo ministro foi a necessidade de oferecer treinamento
à população e valorizar a participação das pequenas empresas. “É a população
que vai receber os turistas, impressioná-los e convencê-los a voltar.”
Por
último, Van Schalkwyk falou em sustentabilidade, afirmando que é preciso
neutralizar as emissões de carbono, gerenciar os gastos de água e o destino do
lixo durante o evento.
Entre
os meses de junho e julho de 2010, a África do Sul recebeu 300 mil turistas, o
que representou uma injeção de 3,6 bilhões rands (cerca de 780 milhões de
reais) na economia local. Em 2012 o país registrou crescimento de 10% no número
de turistas estrangeiros, mais que o dobro da média global registrada no mesmo
período.
Fonte: http://g1.globo.com/turismo-e-viagem
Nenhum comentário:
Postar um comentário