CARTA DE CUIABÁ
A Confederação
Nacional do Turismo – CNTur, realizou na cidade de Cuiabá-Mato Grosso, no
período de 16 a 18 de maio de 2015, o 3º Congresso de Turismo Hospedagem e
Gastronomia da Amazônia Legal, para discutir soluções e políticas públicas para
o setor, com o tema:
DESAFIOS E ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
DO TURISMO NA AMAZÔNIA LEGAL
Reuniu
lideranças políticas, prefeitos de 55 cidades de interesse turístico da região,
Sindicatos de Hotelaria, Gastronomia e Turismo e os ConCNTurs -
Conselhos Estaduais das Entidades Turísticas da CNTur dos nove estados
que compõem a Amazônia Legal – Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará,
Rondônia, Roraima e Tocantins. A região Amazônia é uma floresta urbanizada, com
69,7% de seus 20 milhões de habitantes vivendo em núcleos urbanos.
É um
continente verde admirado pelo mundo, com cerca de 7.81 milhões de km2,
equivale à metade da América do Sul, estende-se por oito países: Brasil,
Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e um território
Francês – Guiana Francesa. Cerca de 70% a região fica em território brasileiro,
onde ocupa cerca de 5 milhões de Km2, aproximadamente 61% da área total do
país, abrigando mais de dois terços das fronteiras terrestres brasileiras.
O foco
principal das discussões tomou como referência as seguintes premissas:
- Sustentabilidade social – com a implantação de infraestrutura básica de acessibilidade; inclusão social – com destaque do modus vivendi das comunidades indígenas e populações tradicionais, elemento fortemente presente no imaginário turista internacional, indicando o ecoturismo como um dos segmentos de maior interesse mercadológico.
- Desoneração Fiscal para a hotelaria e restaurantes, com foco na redução de custos de gestão, tornando mais barato o turismo no país.
- Retorno dos Programas PRODETUR-PROECUTUR do Ministério do Turismo para a Amazônia Legal, com financiamento do BID – Banco Internacional de Desenvolvimento.
- Sustentabilidade econômica – Avaliação da atividade turística como alternativa estratégica de desenvolvimento sustentável para a região amazônica, justificando-se pelo potencial de sua oferta diferencial e pelo crescente interesse de mercados consumidores mundiais pela Amazônia.
- Identificar e Transformar Potenciais em Produtos Turísticos, a fim de se tornar sustentável a atividade turística como fator econômico produtivo de qualidade.
- Planejamento para a implantação de projetos de turismo sustentável, assegurando a imperiosa preservação ambiental dos biomas amazônicos como coração do planeta.
- Qualificação profissional na busca de mais qualidade no receptivo turístico, especialmente com vistas ao chamado Turismo Profissional e de Negócios, com foco na máxima de que destinos hospitaleiros recebem mais eventos.
- Sustentabilidade institucional, tema perseguido desde o 1° Congresso de Turismo, Hospedagem e Gastronomia da Amazônia Legal, divulgado na Carta de Belém, com instâncias de governança regional que promovam ações interestaduais e internacionais.
RECOMENDAÇÕES
- Constituir e consolidar rede e instâncias governamentais e de cooperação técnica e financeira internacional e regional, que pesquisem, planejem e atuem com diretrizes e eixos estruturantes para o desenvolvimento da Amazônia.
- Mobilidade regional – Planejar e assegurar conectividade e mobilidade, permitindo à região comunicar-se internamente com o resto do país e do exterior.
- Malha aérea nacional e regional – reduzir taxas aéreas portuárias, criando uma malha aérea regional integrada entre os estados e os países limítrofes, com maior frequência de voos. Inclusive a adoção de code share, com redução das tarifas do ICMS sobre combustível.
- Logística intermodal de transporte – estabelecer plano regional de logística intermodal de transportes – aéreo, marítimo fluvial, terrestre e ferroviário.
- Malha rodoviária regional – priorizar a conclusão da malha rodoviária nos eixos estratégicos de desenvolvimento regional e conexão entre as 9 capitais da região da Amazônia Legal, bem como as ligações com os 8 países fronteiriços.
- Qualificação e requalificação – maior financiamento para qualificação profissional, acadêmica e de gestão, em curso de graduação e pós-graduação.
- Plano estratégico regional – conscientização das instâncias de governança regional para a necessidade de elaboração de plano estratégico de desenvolvimento turístico regional, com plano de marketing correspondente.
Cuiabá,
18 de Maio de 2015
Nelson de Abreu Pinto
Prisidente
Confederação Nacional de Turismo
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