Segundo Lévy (1999) e Palloff & Pratt (1999), uma comunidade virtual é formada a partir de afinidades de interesses, de conhecimentos, de projetos mútuos e valores de troca, estabelecidos num processo de cooperação. Elas não são baseadas em lugares e filiações institucionais, muito menos em “obrigações”, sejam elas de que tipo forem. Um curso não é “concluído” por um aluno, “porque sim”. Para que este o conclua é necessário que tenha algum envolvimento, motivação etc. E esta motivação deve ser bem mais consistente do que uma ordem de um superior.
Lévy (1999), afirma que nas comunidades virtuais de aprendizagem, as relações on‑line estão muito longe de serem frias. Elas não excluem as emoções. Entre os participantes de comunidades virtuais também se desenvolve um forte conceito de “moral social”. Uma espécie de código de conduta, um conjunto de leis não escritas, que governam suas relações, principalmente com relação à pertinência das informações que circulam na comunidade. Ou seja, não é necessário impor o que “pode” e o que “não pode” em uma comunidade. Ela mesma se autorregula, se organiza. Se não for assim, não é uma comunidade...
A “moral” de uma comunidade virtual é a da reciprocidade, ou seja, se aprendemos algo lendo as trocas de mensagens, é preciso também expressar o conhecimento que temos quando uma situação problema ou questionamento for formulado. A responsabilidade de cada um envolvido no processo, a opinião pública e seu julgamento aparecem naturalmente (e bem claramente!) no ciberespaço, pois, durante os processos de interação, os participantes ativos constroem e expressam competências, que são reconhecidas e valorizadas de imediato pela própria comunidade. Líderes surgem naturalmente. Papéis são assumidos claramente. Há o ‘implicante’,o ‘contestador’, o ‘meigo’, e esse papéis, todos, fazem parte e constituem a comunidade (SAMPAIO‑RALHA, 2006).
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