Turismo do frio vai movimentar R$ 210 milhões em Minas
Expectativa é de que visitantes movimentem mais de R$ 210 mi neste mês e em jul

O dólar em alta tira o fôlego das viagens internacionais, mas alavanca o turismo doméstico. E o interior de Minas, conhecido por suas montanhas, ganha mais um impulso: o frio. A demanda pelas reservas de hotéis e pousadas está em alta. Temperaturas mais baixas, feriados e a chegada das férias de julho incrementam a procura e a expectativa é de 95% de ocupação em todos os fins de semana até o fim do próximo mês. Dados levantados pelo Estado de Minas junto às secretarias de Turismo e associações de hotéis das cidades de Ouro Preto, Monte Verde e da Região do Circuito das Águas, no Sul do estado, apontam uma movimentação financeira de mais de R$ 210 milhões no período. A bolada, no entanto, pode ser muito maior, se for levado em conta que cidades históricas, como Diamantina e Tiradentes, ainda não têm levantamento oficial sobre o número de turistas que visitam os municípios e o quanto eles movimentam na economia local.


MUITA CULTURA “Um dos fatores que têm impulsionado o turismo na cidade são os eventos e a programação diferenciada, muito além dos museus e bons restaurantes. Ecoturismo, passeios de quadriciclo e cavalgadas são algumas das programações que incentivam o turista a passar mais de um dia na cidade”, reforça Gabriela Barbosa. Para julho, a gerente da Pequena Tiradentes afirma que as reservas estão a todo o vapor. Ela alerta: quem quiser aproveitar as férias na cidade deve se apressar.

Já em Diamantina a expectativa é que a Vesperata, evento promovido em dois fins de semana do mês, além do festival de inverno, incentivem o movimento de turistas na cidade. De acordo com a diretora da pousada Garimpo, Mariana Felício Pereira, a ideia é alcançar a média de 50% de ocupação nos dois meses. Os pacotes para os dias de Vesperata são vendidos a R$ 896, incluindo duas diárias para casal, com café da manhã e três refeições (jantar com seresta na sexta-feira, almoço de comidas típicas e chá das 19h no sábado). “O primeiro semestre não foi muito bom para o setor de turismo na cidade, mas temos a expectativa de melhora com a chegada do frio e alta do dólar. Já estamos com algumas reservas de grupos para os próximos meses e a demanda vem crescendo nos últimos dias”, afirmou. A secretaria de Turismo de Diamantina não tem um levantamento sobre a movimentação de turistas na cidade.
Reservas disparam no Sul do estado
No
Sul de Minas, a chegada do frio é a mola propulsora do turismo.
“Começa a esfriar e os telefones começam a tocar para a reserva dos
hotéis e pousadas”, afirma o presidente do Conselho Municipal de
Turismo de Camanducaia (Comtur), Luís Gustavo Almeida. As baixas
temperaturas registradas em Monte Verde, distrito da cidade, aquecem a
economia do local, que neste mês e em julho deve movimentar em torno de
R$ 50 milhões. Segundo Almeida, por fim de semana, entre 6 mil e 7 mil
turistas devem passar pelo distrito, gastando em média, R$ 700 por dia
com hospedagem, alimentação e compras de artesanato.
“Para
o dia dos namorados, a maioria das pousadas já está com reservas
esgotadas. Neste feriado, sobraram poucas vagas. Então, quem quiser
visitar a cidade no período frio deve se apressar para fazer as
reservas”, afirma. Almeida ressalta que as expectativas para o ano eram
ruins, por conta da situação econômica vivida no país, com juros e
inflação em alta e crédito mais caro. No entanto, os empresários do
setor têm sido surpreendidos. Tanto que já registram alta de até 15%
nos negócios, em relação ao ano passado. As diárias nas pousadas e
hotéis de Monte Verde têm preços que variam de R$ 500 a R$ 1,9 mil.
Na
Região do Circuito das Águas, que abrange cerca de 20 cidades no Sul
de Minas, a expectativa é de atração de 50 mil turistas, que deverão se
hospedar em hotéis e pousadas. Outros 120 mil devem apenas passar o
dia em uma das cidades, como Caxambú, São Lourenço, Baependi, entre
outras. Os visitantes devem movimentar mais de R$ 120 milhões na
região. A taxa de ocupação nos hotéis e pousadas, segundo o Presidente
da Associação do Circuito Turístico das Águas (CTAguas), Felipe Condé,
deve ficar com índices acima de 95% nos dois meses de alta temporada.
“A época é uma das melhores para se conhecer a região, os balneários e
ainda fazer os passeios ecológicos. Fatores como a alta do dólar, os
atrativos das cidades e a proximidade de São Paulo têm favorecido o
setor de turismo na região. A alta no movimento tem fica do acima de
30%”, ressalta.
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