José Osório Naves – Jornalista - 13/04/2019. |
Até que enfim o turismo está no foco do Governo. É com prazer que elogio publicamente a atuação positiva do Governo Bolsonaro e as ações do Ministro do Turismo, Marcelo Antônio, por dois atos realmente importante para o desenvolvimento do setor como vetor econômico e social, salvador da economia de vários países, a curto prazo.
O primeiro
foi a suspensão do Visto Diplomático para turistas oriundos dos maiores centros
emissivos internacionais, como Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália. Agora
é só trabalhar com competência esses centros emissores com informações
objetivas, não apenas através a propaganda formal, muitas vezes maquiando a
imagem de um setor. Torna-se uma propaganda enganosa com efeitos contrários ao
pretendido, se a realidade não corresponder.
O segundo a
assinatura do Decreto 9.763, regulamentando o art.5º da Lei 11.771/2008,
dispondo sobre a Política Nacional do Turismo, com vistas a desenvolver,
ordenar e promover os segmentos turísticos relacionados com o Patrimônio
Mundial, Cultural e Natural do Brasil, cujo cumprimento reúne a ação conjunta
de vários ministérios, como o do Turismo, da Cidadania, do Meio Ambiente, do
Desenvolvimento Regional, EMBRATUR, Instituto Chico Mendes e Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. É realmente uma ação de Governo.
No fluir de 40 anos em que acompanho a evolução do turismo no
Brasil, sempre cultivei a interrogação do porquê o setor não crescer no País,
permanecendo estático, sem qualquer crescimento percentual do receptivo
turísticos internacional por quase 6 décadas, quando se criou a Embratur?
Pelas minhas observações as respostas então assim pontuadas:
a) –
A falta de políticas públicas objetivas e a continuidade de programas com o
excesso de mudanças na direção dos órgãos responsáveis pelo turismo (MTur e
Embratur), cada um novo querendo ‘inventar’ o óbvio já inventado;
b) –
Ausência de informações positivas do país no Exterior, onde os próprios
brasileiros viajantes contribuem para nos denegrir;
c) –
O descuido com os atrativos turísticos, históricos e urbanos, malcuidados pelas
gestões públicas no tocante a conservação e manutenção de monumentos culturais
e públicos.
d) –
Política errática de marketing em que se mostra o Brasil em um todo, em suas
peças publicitárias e vídeos, sem um foco específico em destinos. Ninguém viaja
para um País, mas para um destino certo nesse País.
Advogo que primeiro arrumemos a casa, internamente, para depois a
vender. Não é o marketing formal
que atrai visitas, mas o boca-a-boca, com as pessoas falando bem do local por
elas visitados. Voltam e recomendam. Turismo é a atividade na qual ninguém vai
atrás de novidades, mas ver mil vezes os mesmos monumentos, gastronomia,
cultura e o aconchego urbano.
Nunca se vê um único chamado publicitário para visitar Nova York,
Barcelona, Madri, Paris, Lisboa ou Gramado. As pessoas que já as visitaram
voltam sempre apenas pelo prazer de rever as mesmas coisas e se sentir bem
acolhidas.
Não podemos confundir receptivo,
que é a contabilidade numérica dos turistas visitantes, com receptividade, que é a forma
espontânea e carinhosa com que os moradores locais recebem seus visitantes.
Esse é o fator determinante, a boa receptividade que significa não
o carinho para com as pessoas, mas a limpeza e a conservação das calçadas da
cidade. Monumentos públicos não pechados e, em especial, a consciência de não
exploração dos visitantes, com o aumento sazonal de preços na gastronomia e até
mesmo no artesanato.
A isso chamados de consciência coletiva, que tanto falta em nossos
pontos turísticos mais badalados.
Falta despertarmos esse sentimento de civilidade em nossos
cidadãos o que se chama qualidade receptiva.
Basta ação.
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