Por Hélio Costa*
O custo das passagens aéreas nas
companhias nacionais.
Todos
os dias as empresas aéreas bombardeiam o e-mail de milhares de pessoas oferecendo voos
pelos Brasil por preços que competem com os dos ônibus, desde que comprem a
passagem com 30 dias de antecedência. O empresário que não pode fazer suas
reserva com essa antecipação paga muitas vees mais caro pelo mesmo trecho.
Há
alguns dias, a Azul Linhas Aéreas tentou cobrar de um empresário R$ 4.113,10, o
equivalente a US$ 1.131,56, por uma passagem de ida e volta de Belo Horizonte
ao Rio de Janeiro com duração de 35 minutos de voo. Um abuso que ele se recusou
a aceitar e acabou tendo de viajar pela empresa Latam, pagando R$ 3.100,00,
pelo mesmo trecho, mas com o direito a um copo com água sem gelo e sem guardanapo.
Com
o preço acima, um passageiro hoje vai e volta a Miami pela Gol; compra ida e
volta de Nova York a Londres pela American Airline; e vai e volta de São Paulo a
Istambul pela empresa turca.
A
mesma passagem, comprada com um mês de antecedência, partindo de Belo Horizonte
para o Rio de Janeiro, custa R$ 150,00 o trecho. O empresário paga 27 vezes
mais. Como se vê, estão fazendo cortesia com o chapéu dos outros. Não é justo
nem honesto, e, possivelmente, não é legal.
As
empresas aéreas sabem que o empresário viaja quando precisa e aumentam o preço
porque também sabem que ele não tem alternativa. Essas são as mesmas empresas
aéreas que passaram a cobrar o despacho das bagagens sob o argumento de que
isso provocaria a diminuição do preço das passagens. Todos sabem que isso não
aconteceu. Pelo contrário, o que se viu foi um aumento de mais de 30% nos valores
dos bilhetes nacionais nos últimos meses.
Recentemente, para desespero dos passageiros das companhias aéreas, essas mesmas empresas começaram a cobrar, impiedosamente, pelas bagagens de mão acima das medidas que elas, autoritariamente , estabeleceram.
E
mais ainda. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
média da alta dos preços ao consumidor no período de maio de 2018 a junho de
2019 foi de 4,94%. Mas, em 12 meses, a gasolina subiu 5,60%, e as passagens aéreas,
35,12%.
Só
resta às empresas que se julgam prejudicadas mergulhar na era digital e montar
suas modernas salas de videoconferências que dão a exata impressão de que os
grupos que conversam, em cidades ou países distantes, estão no mesmo ambiente.
Feito isso, não haverá mais a necessidade dos voos semanais de milhares de
empresários sem todo o país que se sentem explorados com os preços exorbitantes
impostos pelas empresas aéreas.
Com o descaso das autoridades e a inércia da Agência Nacional da Aviação Civil (ANAC), que a tudo vê e nada faz, as poderosas empresas aéreas vão acabar matando a galinha dos ovos de ouro. Assim, o abuso no ar vai acabar caindo.
* Hélio Costa
Jornalista e presidente do Conselho de Administração da PetroRio S/A.
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