ALEMA

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012


 *por Thais Berbert


O turismo vem conquistando cada vez mais espaço em nosso país por se caracterizar como uma atividade econômica com efeito multiplicador, capaz de incentivar o desenvolvimento de uma cidade por meio da geração de empregos, impostos e renda, além de promover a criação de infraestruturas que beneficiam não só o visitante, como toda a população.

Dentre as várias modalidades existentes, o turismo de eventos tem se apresentado como uma solução ideal para vários destinos, inclusive os “renomados”. Isso acontece porque os organizadores podem realizar seus eventos em qualquer época do ano e precisam apenas de uma cidade que ofereça infraestrutura e serviços compatíveis com suas necessidades.  

Ou seja, para que uma cidade se beneficie ainda mais do turismo de eventos, é necessário investir em infraestrutura básica e de apoio, criar políticas públicas consistentes, fortalecer as entidades locais e, principalmente, garantir hospitalidade, que é a capacidade de receber bem aqueles que nos visitam. 

Mas, por que investir em hospitalidade se vivemos “em um país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza”?  Beleza e gentileza são elementos importantes sim, mas não suficientes para garantir o conjunto de bens tangíveis e intangíveis que garantem bem estar físico e psicológico ao viajante. É justamente por isso que a hospitalidade passou a ser encarada como ciência e se tornou um poderoso diferencial competitivo para as cidades que desejam receber eventos. 

Como o Brasil está na onda dos grandes eventos e a Copa do Mundo está próxima, vale citar o exemplo da FIFA, que exige das cidades sedes a criação de um programa de hospitalidade para garantir qualidade em todas as competições da entidade. Mas, isso não vale apenas para as cidades que desejam sediar eventos. Pesquisas do Instituto Brasileiro de Hospitalidade Empresarial comprovam a preferência do consumidor por empresas que investem em ambientes, atitudes, rituais e pessoas acolhedoras.  

Esta também é a tese de Dan J. Sanders, no livro “Empresas Feitas para Servir” (2011), quando afirma que segredo do sucesso duradouro para muitas organizações está na busca por um objetivo maior, além dos números, que esteja baseado na valorização das pessoas e na criação de uma cultura de serviço que ultrapasse a subserviência.  Com vários exemplos, ele mostra que é possível manter um negócio lucrativo em meio a processos humanizados e ambiente acolhedor.

Quem “endossa” a tese em recente publicação é a Trend Watching, empresa que examina o mundo todo em busca das tendências de consumo mais promissoras. O boletim, publicado em outubro de 2012, afirma que os consumidores atuais estão mais exigentes, famintos por novidades e saturados de informações e opções. Por conta disso, estão dispostos a gastar mais com empresas “servis” - aquelas que focam seus esforços em acolher, atender bem, ajudar e facilitar a vida do cliente.

Hospitalidade traz competitividade e, com ela, muitas oportunidades de negócio. Por isso, o convite é para que gestores públicos, moradores e empresários reflitam sobre a importância do turismo, dos eventos e da hospitalidade como agentes promotores de desenvolvimento socioeconômico para a cidade. Que dessa saudável e positiva reflexão surjam políticas públicas e privadas consistentes, capazes de produzir e ampliar os efeitos positivos do turismo para toda a região.

*Thais Berbert é Bacharel em Turismo e Hotelaria de UNIVALI; Especialista em Planejamento e Gestão no Turismo pela UNIVALI; MBA em Marketing pela FGV; Diretora de Captação e Pesquisa do LC&VB; Gerente Comercial do Aguativa Golf Resort (www.aguativa.com.br). 

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