ALEMA

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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013


Mario Petrocchi-
Presidente do Conselho Estadual das Empresas de Turismo (CNTur) no Espírito Santo
Fonte: A Gazeta – 30 de dezembro de 2012, Domingo, Coluna Opinião página 19,


Quanto desperdício!
“Estamos na contramão do turismo. Com tantas demandas sociais insatisfeitas, nos damos ao luxo de levar dinheiro para criar empregos em outros países”.

A implantação de indústrias é desejada por todos. Siderúrgicas cogitadas para o ES exigiriam investimentos superiores a 1 milhão de reais por cada emprego criado, pois a indústria usa intensivamente o fator capital. Ocorre que no Brasil há carências de recursos e não só para implantar indústrias. Ai estão os desafios na educação, na saúde, na segurança publica, nas estradas, ferrovias etc.
Por outro lado, a população se expande continuamente, colocando - a cada ano - cerca de 2,2 milhões de jovens as portas do mercado de trabalho. Assim, e estratégico para o país buscar alternativas que gerem empregos com baixos níveis de investimentos. Uma das alternativas e o turismo, que utiliza intensivamente os fatores território e mão de obra. Os investimentos para criar um posto de trabalho em turismo as muito, muito inferiores aos da· indústria.
Além disso, a sustentabilidade do turismo envolve preservação dos meios ambiente e sociocultural. Estudos da Câmara de Comercio dos EUA revelaram que a demanda de 100 turistas/ dia em uma cidade gera 134,7 empregos. Na Europa 94,2% das empresas do setor possuem menos que 10 empregados, refletindo as oportunidades que se abrem as comunidades que lidam com o consumo do lazer. Porém, no Brasil, uma severa miopia impede a compreensão dos positivos impactos desse setor, afastando o turismo da agenda política.
Na contramão, o país registra baixos níveis de competitividade no mercado turístico. Os destinos nacionais assistem a subtração de clientes que escolhem o exterior. Com. tantas demandas sociais insatisfeitas nos damos ao luxo de levar dinheiro para criar empregos em outros países. Entre 1990 e 2011 ocorreu brutal evasão de divisas na conta externa do turismo: 63,5 bilhões de dólares. Essa situação precisa ser enfrentada. As condições básicas já estão presentes: ha mercados e temos produtos, pois nossos atrativos são abundantes e diversificados. Fica faltando a gestão, uma questão critica que desafia o turismo no Brasil...

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