Turismo
social: essa moda pega por aqui?
por Mari Campos em 7 de janeiro
de 2013
Foto: de Mari Campos. O projeto em torno do futebol com as crianças de Khayelitsha, a gigantesca township nos arredores da Cidade do Cabo, foi um dos projetos de turismo social mais legais que eu visitei
Cada vez mais nas publicações de turismo e blogs
gringos se fala em social tourism – o turismo social ou
“turismo do bem”, como costumamos definir por aqui. São cada vez mais variados
os braços dessa tendência internacional, baseada nos fundamentos pregados pela
OITS (Organização Internacional pelo Turismo Social, ISTO em
inglês) de promover o acesso aos benefícios do turismo para todos,
especialmente setores marginalizados da sociedade, estimulando equidade social
e exercício de cidadania (usando algumas das palavras e termos da própria
OITS).
Devagarzinho, vemos de tudo aqui no Brasil também.
Começou com iniciativas como a do SESC, que até hoje subsidia alguns pacotes
turísticos para que seus associados possam desfrutar de viagens a colônias de
férias, hotéis ou tours de um dia a preços mais baixos.
As iniciativas mais reportadas são aquelas em que
turistas decidem agregar algum retorno à sociedade através de seus planos de
viagem. Operadoras de intercâmbios e agências especializadas estrangeiras
entenderam o filão e lançaram a ideia de levar viajantes a lugares remotos do
planeta para fazer trabalho social (o chamado volunturismo),
praticando atividades que vão de trabalhar com ensino infantil na Índia a lutar
contra os avanços da Aids em Moçambique, por exemplo. Mas vale lembrar que são
experiências custosas: pacotes de duas semanas nessa linha do volunturismo
vendidos no Brasil geralmente têm preços que começam em US$1.500, sem passagem
aérea.
O Ministério do Turismo brasileiro (MTur) também
reforçou recentemente seus projetos nesse sentido de estimular o turismo social
para beneficiar setores mais pobres da nossa sociedade com a
movimentação turística nacional. E essas ideias andam dando novos braços
ao turismo social no Brasil: no final do ano passado, por exemplo, a mexicana
Yucatán Holidays chegou ao país dentro do projeto Você vai
Viajar.com.br que vende pacotes para Cancun e Riviera Maia (com
possibilidade de extensão para Miami, Orlando e Bahamas) com parte do valor
final da venda revertida para o Instituto Ayrton Senna. A empresa (que faturou
10 milhões de dólares em 2012 com a venda de pacotes turísticos) diz que a meta
inicial é de vender 200 pacotes por mês no Brasil com benefícios para o
Instituto.
Beneficiar a comunidade local quando viajamos a
outra região ou país é reflexo básico frequente de nossas atividades
turísticas. Colaborar com o desenvolvimento social como um todo do nosso
próprio país, inclusive quando viajamos para outros destinos, parece ainda mais
sedutor. Você conhece práticas bacanas e bem sucedidas de turismo social ou “do
bem” para colocar aqui na roda?
Fonte: http://viajeaqui.abril.com.br
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