O papa, o turismo e a Igreja
Francisco,
em italiano fluente, mostrou-se bem humorado e brincalhão, aproximando os fiéis
da Igreja
Surpreso, o mundo assiste ao primeiro papa jesuíta, latino-americano e fora da lista dos favoritos. O argentino Jorge Mario Bergolio passa a comandar a Igreja Católica, o primeiro não europeu em 1.200 anos e oriundo de uma parte do continente americano, que abriga 42% dos católicos do planeta. Parece uma verdadeira revolução silenciosa no catolicismo, a começar pela simplicidade do novo pontífice e de sua opção por um não formalismo, embora siga os preceitos da religião. Francisco, que apareceu de branco, para os fiéis na Praça de São Pedro, num italiano fluente mostrou-se bem humorado e brincalhão, fazendo com que os fiéis se sintam mais perto de uma Igreja, que em alguns momentos se distancia ou se distanciou daqueles que preconizam um catolicismo que acompanha as novas tendências do mundo e deve ter a coragem de questionar alguns de seus dogmas. O questionamento não pressupõe fraqueza mas é uma forma de avaliar e rever o que existe.
O papa é um
homem conservador mas que sempre optou pelos mais desfavorecidos. Mostrou-se um
homem simples, ao dormir num pequeno quarto, cozinhar e andar de transporte
público. Mesmo na época da ditadura mais ferrenha, ajudou oposicionistas a
cruzarem as fronteiras, embora alguns digam que foi um serviçal da ditadura. As
denúncias do desaparecimento de jesuítas já foram explicadas. Se “foram até
quase o fim do mundo buscar um papa”, como disse Francisco, em sua primeira
bênção, vamos deixá-lo mostrar o que pretende. Uma reorganização do Vaticano
será feita, e ele poderá buscar respostas para problemas crônicos, como a
pedofilia e encontrar respostas, que permitam soluções a médio e longo prazo.
Jornal do BrasilBayard Do
Coutto Boiteux*
* Bayard Do Coutto Boiteux, budista e professor universitário, é
escritor e pesquisador.
* Bayard Do Coutto Boiteux, budista e
professor universitário, é escritor e pesquisador.
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