Manoel Linhares, Presidente da ABIH |
Nesse momento, em que o país está
passando por importantes mudanças com as eleições legislativas já definidas,
que promoveram uma grande renovação no ambiente político nacional, é chegada a
hora de nos unirmos em torno das principais pautas debatidas aos longo dos
últimos anos e mobilizarmos o setor de turismo nacional para que, enfim, as
autoridades entendam o poder de transformação de sua indústria.
"Os números mostram que o turismo e a hotelaria podem aumentar sua contribuição para o desenvolvimento nacional."
No Brasil, as chegadas de turistas internacionais aumentaram apenas 6% entre janeiro e abril de 2018, em comparação com o mesmo período do ano passado. Precisamos melhorar e muito esse número.
Exemplos de que isso é possível não faltam e vêm de alguns de nossos vizinhos. Os chilenos, por exemplo, tiveram alta de 14,3% em relação ao ano anterior com o Plano de Ação de Marketing Turístico Internacional com diversos incentivos e treinamentos para agentes do setor e campanhas para o público final em outros países.
Exemplos de que isso é possível não faltam e vêm de alguns de nossos vizinhos. Os chilenos, por exemplo, tiveram alta de 14,3% em relação ao ano anterior com o Plano de Ação de Marketing Turístico Internacional com diversos incentivos e treinamentos para agentes do setor e campanhas para o público final em outros países.
A Colômbia apresentou crescimento de
35,8%, acumulando quase 4 milhões de visitantes entre janeiro e maio. Uma
das razões foi o incentivo à construção de hotéis em cidades pequenas,
além da implementação da alíquota especial de 9% sobre o imposto de renda
por até 30 anos para unidades construídas, reformadas ou ampliadas antes de 31
de dezembro de 2017.
Outro exemplo, o Peru teve quase 4
milhões de chegadas internacionais no ano passado. Isso é resultado de algumas
medidas tomadas pelo governo peruano que estimularam a inauguração de 4800
hotéis, além ações de marketing e realização de campanhas internacionais. Outro
atrativo foi o prêmio concedido ao Peru pelo World Travel Awards, que elegeu o
país como Melhor Destino Culinário do Mundo pelo sexto ano consecutivo.
A Organização Mundial do Turismo (OMT)
anunciou, com base no documento “Panorama OMT Turismo 2018”, o ranking mundial
do setor em 2017, confirmando que o México subiu para o sexto lugar na recepção
turistas internacionais, registrando a chegada de 39,3 milhões de viajantes de
outros países. Uma das razões foi o incentivo ao setor de turismo de negócios
com a realização de 265 mil eventos, que atraíram mais de 29 milhões de
participantes e geram um benefício econômico igual 1,5% do Produto Interno
Bruto (PIB) do país.
Para os representantes do setor de
turismo brasileiro é preciso, de uma vez por todas, promover as modernizações
necessárias em diversos aspectos da nossa legislação, além de garantir que o
setor público cumpra seu papel de estimulador de uma enorme cadeira produtiva,
que afeta diversas áreas da economia e, por isso, com poder de se tornar
estratégico para o desenvolvimento do país.
As principais colocações são relativas
à alta carga tributária e ao excesso de burocracia que já foram amplamente
discutidas e que precisam de uma solução. Há outras questões que precisam de
encaminhamento, como a abertura dos parques nacionais por meio de concessões
públicas, a facilitação para a chegada de cruzeiros marítimos e liberação de
cassinos em resorts que pode trazer investimentos na ordem de R$ 50 bilhões
para o Brasil.
Há outras pautas ainda com relação a
modernização da lei de migração, a desburocratização da Embratur para facilitar
parcerias com a iniciativa privada para promover os destinos nacionais no
exterior não só em feiras e eventos voltados para os agentes e operadores de
turismo, mas principalmente para o consumidor final. Para se ter uma ideia,
hoje o Brasil investe apenas US$ 16 milhões na divulgação de seus destinos
mundo afora. Muito menos que México (US$ 490 milhões), Colômbia (US$ 100
milhões) e Equador (US$ 90 milhões). E os números não mentem.
Fonte: Diário do Turismo
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