Por Gabriel Granjeiro - Diretor-Presidente e Fundador do Gran Cursos Online
“Quem tem bastante no seu interior, pouco precisa de fora.”
Johan Goethe (1749-1832), escritor alemão
Você é daquelas pessoas que acham que
a sorte não é sua amiga? Pensa que tudo de ruim só acontece com você, que
ninguém o entende e que os outros não fazem ideia das suas necessidades? Está
sempre esperando que amigos, colegas e parentes lhe deem o devido valor, mas
isso nunca ocorre? Sinto dizer, mas, se a resposta é “sim”, há grande chance de
você estar sofrendo do que chamo de “síndrome do coitadismo”, ou “do
vitimismo”. Se for esse o caso, peço que leia com o coração tranquilo e –
sobretudo – a mente aberta a mensagem de hoje. E, se conhecer alguém com esse
perfil, faça sua parte e compartilhe com ele o texto.
“O vitimismo é como se fosse uma doença
que nos acomete em alguns momentos da vida, e o mais curioso é que ela não é
provocada por nada nem ninguém além de… nós mesmos.”
Pode até ter soado estranho falar em
“síndrome”, mas é isso aí! O vitimismo é como se fosse uma doença que nos
acomete em alguns momentos da vida, e o mais curioso é que ela não é provocada
por nada nem ninguém além de… nós mesmos. Começamos a sofrer desse mal pelas
mais diversas razões, e o principal sintoma é a terceirização de
responsabilidades. De fato, é fácil identificar um novo surto, basta observar
se temos transferido a “culpa” por nossos insucessos e dificuldades a um amigo,
ao governo, aos políticos, a Deus, a uma circunstância qualquer. A
responsabilidade, para o doente de vitimismo, nunca é dele.
Veja se concorda
comigo: em nossa passagem pela Terra, vivemos altos e baixos. Às vezes,
conquistamos novos bens e colecionamos vitórias; outras, sofremos derrotas e
nos sentimos verdadeiros perdedores. Eu, no entanto, gosto de encarar esses
maus momentos como livramentos. Pode até ser que, lá na frente, conclua que não
se tratava de um livramento de verdade; de qualquer forma, costumo pensar que,
se dei o meu melhor e não funcionou, de que adianta sofrer? O fato é que o algo
que eu esperava já não aconteceu, a vitória
que eu aguardava já não chegou. Já não passei no concurso que prestei; já levei o fora da pessoa por quem estava
apaixonado… Se foi assim, simplesmente não era para ser diferente. Ao menos não
naquela hora. Mudemos, então, a lógica e tratemos de fazer do limão uma deliciosa
limonada.
“[…]
você precisa passar a enxergar como responsabilidade sua tudo
que acontece em sua vida. Quem decide o momento de prosperar e ser feliz é você
mesmo.”
Para virar a chave
assim, você precisa passar a enxergar como responsabilidade sua tudo que acontece em sua vida. Quem decide o
momento de prosperar e ser feliz é você mesmo. Já dizia o estadista Goethe: “A
alegria não está nas coisas, está em nós”. Se um projeto pessoal ou
profissional será bem-sucedido ou não, depende exclusivamente de você, que é
quem detém o poder da mudança, da realização, da ação. Por isso, não terceirize
nem continue pensando que no seu mundinho só acontecem coisas ruins ou que o
universo conspira contra você. Agindo assim, o máximo que poderá atrair é pena,
quando não… raiva. Conhece algum vencedor que aprecie a ideia de os outros
sentirem pena dele?
Assumir a posição de coitado é
incorporar o espírito da desarmonia, do infortúnio, da melancolia. É empobrecer
em todos os sentidos e enfraquecer sobretudo a alma. O vitimismo é a pior forma
de defesa a que podemos recorrer. É sinal de fraqueza. Quando assumimos papel
de vítima, perdemos a capacidade de recuperação, de (re)ação. Na maioria das
vezes, quando nossa percepção nos leva a acreditar que a vida tem sido injusta
conosco – como se ela nos devesse algo… –, perdemos as forças e acabamos
desistindo. É um risco que você não quer correr, certo?
Não sabe se é o seu caso? Atente para
os seguintes sinais que pacientes com a “síndrome” costumam apresentar:
·
dependência excessiva dos outros;
·
visão de iniquidade acerca de si;
·
ignorância quanto a seu verdadeiro potencial, suas qualidades e dons;
·
incapacidade de fazer autocrítica e, tampouco, de dar ouvidos às
críticas de terceiros;
·
preguiça física, mental e emocional;
·
hábito de atribuir a má sorte a todos menos a si mesmos;
·
desinteresse por novos conhecimentos;
·
ausência de amor próprio;
·
falta de motivação para entregar mais do que lhes pedem;
·
opção por viver se queixando de tudo e de todos;
·
propensão a ter sempre uma justificativa na ponta da língua para a
inércia e o comodismo;
·
repúdio inconsciente ao sucesso e aos bem-sucedidos;
·
negação das próprias competências (“tudo é difícil”; “eu não consigo”);
·
autossabotagem quanto à excelência intelectual e emocional;
·
resistência à mudança (“não consigo sair do lugar”);
·
pessimismo; e
·
exposição desnecessária da própria miséria.
Identificou em si mesmo algum ou
alguns desses comportamentos? Se sim, acompanhe oito dicas práticas para
abandonar de vez o coitadismo:
1ª) Assuma
responsabilidades como o verdadeiro protagonista que você é da sua história. O
protagonismo proporciona energia e força, que, por sua vez, aumentam a
autoestima, abrindo novas portas nos campos pessoal e profissional. É libertador!
2ª) Entenda que
todos têm problemas, carregam cicatrizes, enfrentam tragédias, passam por
sofrimentos – muitas vezes sem terem feito nada para isso, pelo simples fato de
estarem vivos. Temos é de aprender com nossas frustrações e seguir em frente.
3ª) Nunca,
nunca mesmo, use o vitimismo como ferramenta de chantagem.
Pense, argumente e explore sua inteligência para persuadir e convencer, sem
abrir mão de suas convicções, de seus legítimos interesses e sempre com
compaixão e honestidade.
4ª) Tenha mais
paciência e saiba aguardar o tempo certo da colheita. Não ceda à tentação de
ficar apenas se lamentando por supostamente ser a pessoa com o pior carma do
mundo;
5ª) Não guarde
rancor. O poder para isso é todo seu.
6ª) Seja
assertivo. Fale a verdade e se permita falhar, praticando isso em todas as
situações até aprender a recuperar o autocontrole e expulsar a autopiedade.
7ª) Comece ainda
hoje a cultivar atitudes mais positivas em relação à vida. Controle melhor seus
pensamentos destrutivos e lamuriosos.
8ª) Crie o
saudável hábito de PERDOAR. O maior beneficiado será você.
Ah, e não me venha
com um “É fácil para você falar isso. Você está bem, é jovem. Já eu tenho
problemas enormes. Se estivesse como você, certamente teria outra atitude e
visão da vida”. A tendência de desqualificar as dificuldades do outro para
justificar os próprios insucessos é típico do vitimista. Não caia nessa! Todos
nós temos problemas, de diferentes magnitudes e naturezas. Desmerecer o outro,
meu amigo, minha amiga, não ajudará em nada a diminuir sua dor. Seu sofrimento
só vai melhorar quando você decidir se
tratar. E, para se tratar, é preciso assumir o comando da própria vida. Simples
assim.
“Saia imediatamente de sua zona de
conforto e tenha a coragem de olhar para dentro de si a fim de enfrentar os
fantasmas abrigados em sua psique. Abra mão de suas verdades absolutas, supere
suas fobias, resolva suas inseguranças, melhore sua autoestima e controle suas
obsessões.”

Recuse o estigma de pertencer a uma
geração de vitimistas, concurseiro. Saia imediatamente de sua zona de conforto
e tenha a coragem de olhar para dentro de si a fim de enfrentar os fantasmas
abrigados em sua psique. Abra mão de suas verdades absolutas, supere suas
fobias, resolva suas inseguranças, melhore sua autoestima e controle suas
obsessões. Cultive ambições salutares, como a de ser feliz, de ter uma vida
confortável, de buscar excelência tanto na esfera profissional como na pessoal.
Acima de tudo, viva o momento presente, reconhecendo suas responsabilidades e
sendo gentil consigo mesmo. Busque autoconhecimento; ele é a chave para
qualquer transformação. Crie um projeto nesse sentido e, se preciso for, busque
ajuda especializada para se curar dessa doença que é o coitadismo. Estou falando
sério, muito sério.
“Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por nós mesmos, a solidão é quase incurável.” – Augusto Cury
“Quando somos abandonados pelo mundo, a solidão é superável; quando somos abandonados por nós mesmos, a solidão é quase incurável.” – Augusto Cury
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